A formação dos estados modernos é um tema central da história política mundial. A partir do século XV, com o fim da Idade Média e o início da época moderna, as estruturas políticas do ocidente começaram a evoluir em direção aos modelos de Estado que conhecemos hoje. No entanto, apesar da aparência semelhante, cada Estado moderno apresenta peculiaridades próprias que refletem o contexto histórico, cultural e geográfico em que surgiu. No caso de Portugal, a formação do Estado moderno ocorreu de forma relativamente precoce em relação a outros países europeus. Com a expulsão dos mouros em 1249, Portugal estabeleceu sua independência e iniciou o processo de centralização política e administrativa. Ao longo dos séculos XIV e XV, sob o comando da dinastia de Avis, foram criadas instituições que consolidaram a autoridade real e fortaleceram o poder central. No entanto, a partir do século XVI, com a expansão ultramarina e a descoberta de novas rotas comerciais, Portugal se viu diante de desafios enormes. Nesse contexto, a figura do rei se tornou ainda mais importante, já que as questões políticas, econômicas e militares exigiam uma tomada de decisão rápida e eficaz. O processo de centralização foi levado a cabo com maior determinação e rapidez, resultando em um Estado altamente centralizado e absolutista. No século XIX, com a independência do Brasil e as turbulências políticas que se seguiram, Portugal passou por um processo de reformulação do seu modelo de Estado. A monarquia absolutista foi substituída pela monarquia constitucional, com a criação do parlamento e a adoção de uma constituição. Esse processo de democratização foi concluído com a instauração da república em 1910. Hoje em dia, o Estado Português é uma democracia parlamentar em que os poderes executivo, legislativo e judiciário são independentes e harmônicos entre si. A
formação dos estados modernos é um processo contínuo e em constante transformação, sempre reflexo das mudanças sociais, políticas e econômicas de cada época.